quarta-feira, 3 de abril de 2013

Crescer exige planejamento e boa gestão de negócio


Crescer, ampliar vendas e rentabilidade, ganhar mais força e espaço no mercado são desejos de toda empresa de micro e pequeno porte. Mas como avaliar se chegou a hora da expansão?
O consultor do Sebrae-SP Reinaldo Messias dá uma orientação que pode ajudar os empreendedores de qualquer ramo de negócio: “Crescer não consiste somente em ser melhor que a concorrência e superá-la, mas sim, por meio da boa gestão, fazer  sempre o melhor a cada operação. A tomada de decisão de crescer dependerá de oportunidades e fatores externos, mas também do perfil de cada empresário, sendo fundamental planejar previamente para atingir as metas”, explica.
Messias lembra que quando a economia está aquecida, muitas empresas, principalmente as que estão saudáveis e no azul, apostam em ganhos que parecem recompensadores e partem para investimentos em novos mercados, operações, equipamentos ou instalações. “Muitos creem que apenas o “feeling” empreendedor basta para tomar a decisão, seja de ampliar a operação que já existe, abrir uma filial, diversificar e buscar novo ramo de atividade. Mas crescer exige antes planejar; conhecer a fundo a operação e os custos operacionais do negócio; estabelecer indicadores que permitam saber se ele está realmente crescendo (operando com mais lucro) ou apenas inchando. Um planejamento acertado apontará a real dimensão dos investimentos a realizar, frente aos resultados que se espera atingir, e quanto tempo será necessário para conseguir o retorno do investimento.”
Outro aspecto que merece toda a atenção é a inovação, uma necessidade para a sobrevivência e expansão do negócio. Inovar nos processos, na tecnologia, nos produtos e serviços deve fazer parte de qualquer projeto de expansão. A empresa que inova abre espaço para a geração de receitas e ganha competitividade.
É importante saber ainda que se paga um preço para crescer, diz Messias. Para executar o plano de expansão, geralmente serão necessários recursos financeiros. O investimento pode ser conseguido pela venda e incorporação de um patrimônio pessoal ou familiar, como um bem móvel ou imóvel e, neste caso, gerar insegurança. Se a decisão for madura e bem planejada, este sentimento será logo abandonado frente ao estímulo positivo do lucro.
Em outros casos, poderá ser necessário o aporte de recursos de um sócio ou a tomada de crédito bancário. “No caso de financiamento, quanto mais sólido for o planejamento e suas comprovações, mais facilmente serão disponibilizados os recursos, e as parcelas poderão ser absorvidas pelas receitas adicionais geradas. Será preciso avaliar cuidadosamente as taxas de juros e garantias exigidas pelo banco, e a possibilidade de geração de lucro mesmo com o pagamento do financiamento.” A depender do porte da empresa, o planejamento também pode ajudar a conseguir investimentos por meio da abertura de capital.
“Buscar um sócio que integre capital é interessante, mas pode custar parte da autonomia que o empreendedor possui para tomar decisões; será preciso saber se o empresário quer e está pronto para isso. Ele também precisará avaliar itens como vantagens e riscos de mercado para a expansão (situação do ramo de negócio, concorrência, situação econômica local e geral); se o crescimento projetado está em sintonia com as competências e gestão da sua equipe de trabalho; se vai ser necessário e como poderão ser efetivadas mudanças na carteira de clientes e fornecedores.
” Tomar decisões de mudança, diz o consultor do Sebrae, exige que o empresário se sinta realmente liderando o processo evolutivo de seu negócio, e pensando não só em ações, mas em estratégias que levarão ao efetivo crescimento da empresa.
Estratégia e senso de oportunidade ajudaram a empresária Nathália Freitas. Sócia de uma loja inaugurada há 27 meses, inicialmente como multimarcas, no Tatuapé, na capital, em menos de um ano ela ampliou o negócio, coordena uma equipe de sete funcionários e decidiu abrir uma confecção para produzir as peças que levam sua marca.
“Nosso principal fornecedor não dava conta de nossos pedidos, e percebemos espaço para crescer no mercado com um trabalho diferenciado. Hoje eu mesma crio as nossas estampas. A maioria de nossas vendas, como já tínhamos planejado desde a abertura da empresa, tem origem em contatos feitos com os clientes nas redes sociais, e nosso foco mudou do varejo para o atacado”.
Mudando para sobreviver
Para as micro e pequenas empresas (MPEs) que não vão bem ou se encontram estagnadas, o conselho do consultor do Sebrae-SP, Reinaldo Messias, é encarar sem medo a situação do negócio, fazendo um raio X e um planejamento, que tanto poderão levar a mudanças ou expansão como à decisão de vender a empresa - enquanto ainda há chances de recuperar o total ou parte do capital investido. Messias faz uma lista dos principais problemas a eliminar quando se decide que é hora de mudar e de se comprometer com a profissionalização da gestão.
Práticas que prejudicam a empresa
1. Empresário se dedica mais ao “fazer” do que às estratégias de “pensar” o negócio.
2. Falta adequação ao planejamento operacional, custeio e acompanhamento de gastos para cada pedido executado.
3. Há baixo grau de divulgação e comunicação da empresa com mercado e clientes.
4. Houve perda de credibilidade dos clientes em função de atrasos e/ou entregas incompletas.
5. Falta foco de atuação e padrão de qualidade sintonizado com o mercado.
6. A empresa tem baixa produtividade, ocasionada por equipamentos obsoletos e mão de obra despreparada. Inovar e treinar pessoal são reações fundamentais.
7. A gestão mistura negócios da empresa com os negócios da família.
8. Faltam ações para melhoria, retenção e valorização de profissionais e colaboradores.
9. Faltam ações para apuração e eliminação de desperdícios nos processos empresariais.
10. A desorganização é evidente nas operações da empresa; permeia a administração e chega ao atendimento a clientes.
As informações são do SEBRAE-SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário