segunda-feira, 1 de abril de 2013

Neurolinguística prega mudanças de comportamento


A modalidade já é utilizada em algumas empresas para cursos de liderança e técnicas de vendas
Carolina Santanacarolina.santana@jcruzeiro.com.br

Mudar o comportamento, reprogramar o inconsciente para reagir em situações adversas e fornecer ferramentas para a avaliação e conhecimento<BF> d<XB>as pessoas com quem interage (mesmo que se tenha apenas alguns minutos para isso). Esses são os objetivos do uso da Programação Neurolinguística (PNL) no mercado de trabalho. A técnica ainda não é reconhecida como ciência no Brasil, mas já é utilizada em algumas empresas na aplicação de cursos como liderança e técnicas de vendas, por exemplo.
Consultor empresarial e especialista em PNL, Mauricio Magagna afirma que por meio de exercícios e atividades mentais as pessoas podem fazer uma espécie de reprogramação mental. Nesse processo o trabalho é focado para modificar a forma de pensar e encarar problemas cotidianos. Magagna diz que normalmente, por questões culturais, as pessoas são programadas para não serem pró-ativas e para terem posturas que podem ser prejudiciais para o desenvolvimento profissional.

ResultadosDiretor executivo do grupo Única (especializado em segurança patrimonial e tecnológica), Fernando Francisco Prette tomou conhecimento da técnica de PNL durante uma consultoria contratada para o treinamento de lideranças dentro da empresa. "É uma consultoria mais ampla mas que usa a PNL como ferramenta", explicou. O resultado foi positivo e em cinco meses de trabalho o diretor conta já ter percebido melhora em alguns funcionários.

As áreas de segurança patrimonial e tecnológica têm a confiança na empresa como um elemento importante. A PNL, comenta Prette, auxilia no processo de treinamento de lideranças dentro do grupo. "Existe uma grande diferença entre liderar e chefiar. A liderança nasce da confiança", afirma o diretor. Ele afirma que no ambiente empresarial às vezes é difícil estabelecer relacionamentos de confiança e a PNL, diz ele, facilita na questão de conseguir atingir o mundo mental do seu interlocutor e fazer com que sua mensagem chegue a ele de maneira clara e eficiente.

"As pessoas pensam diferente umas das outras e isso tem que ser respeitado. Respeitar o mundo mental do profissional independente da hierarquia dentro da empresa é um dos pontos que considero mais importante", argumentou Prette. Segundo ele, dessa forma, fica mais fácil criar o clima de equipe para o melhor desenvolvimento das tarefas necessárias dentro da empresa. "Tem funcionário que era mais difícil mas, sabendo como falar com ele, como conseguir sua atenção, podemos ver uma melhora expressiva. Eu, como gestor, vi essa melhora e posso afirmar que foi ótimo para a empresa", continua.

Buscar empatia com o interlocutor, ou seja, a pessoa com quem se conversa, é outra ferramenta utilizada pela PNL e citada por Prette. Fazer o chamado espelhamento com a pessoa, ou seja, repetir gestos e usar o mesmo tom de voz são algumas das ferramentas para o espelhamento. "Precisamos, na verdade, olhar com mais cuidado para com quem conversamos, estudar seus gestos e então definir a melhor maneira de interagir", explica. Nessa primeira consultoria 12 pessoas passaram pelo treinamento. A satisfação com o processo foi tão grande que a irmã de Prette, que também trabalha dentro do grupo, vai fazer um curso específico sobre a Programação Neurolinguística e sua aplicação no mercado corporativo.

Programação restritiva"Por falta de conhecimento, os pais criam os filhos colocando crenças restritivas, vamos recebendo programação ao longo da vida", diz Magagna. Segundo ele, parte dessa programação é voltada para comportamentos restritivos que são repetidos durante toda a vida. O consultor afirma que para cada tipo de comportamento restritivo, existe uma série de ferramentas e exercícios específicos. "Primeiro identifica onde está a restrição que mais te atrapalha para substituir esse comportamento", resume.
Para cada participante da PNL é feita uma triagem e uma avaliação técnica para saber como a técnica será aplicada. Como os custos e o tempo investido não são baixos, Magagna afirma que em alguns casos, o interessado é aconselhado a não realizar o curso. "Mesmo porque durante o curso podemos acionar algumas lembranças desagradáveis e a pessoa precisa ter estrutura para isso", argumenta. Todo processo deve ser acompanhado por um psicólogo que pode intervir e auxiliar na aplicação da técnica.

Ambiente corporativoNo ambiente corporativo, afirma o consultor, as empresas podem se beneficiar com o uso da PNL para que seus funcionários tenham posturas pró-ativas. No setor de vendas, por exemplo, quem passou por um curso que utiliza a programação neurolinguística pode fazer uma leitura rápida do cliente em potencial e usar recursos para criar empatia e influenciar na decisão de compra. 
"Com liderança a mesma coisa e o líder consegue atingir com mais eficiência a equipe. Não existem duas mentes iguais e temos que estruturar os argumentos de acordo com quem se fala", resume Magagna. O objetivo principal da PNL é modificar o comportamento da pessoa e isso se estende também ao ambiente corporativo. "Temos o MBA proliferando mas se não tiver o comportamento adequado para entender como funciona a cabeça das pessoas não existe a verdadeira liderança", resume.
Todas as informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

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