segunda-feira, 1 de abril de 2013

Delegada se passou por uma menina de 11 anos na internet para prender um pedófilo.



As denúncias chegam por vários meios como o Disque Denúncia, Ministério Público, vítimas, familiares ou até mesmo por investigações que partem da própria 4ª Delegacia de Polícia de Repressão à Pedofilia, uma das que compõem a Divisão de Proteção à Pessoa do DHPP (Departamento de Homicídio e de Proteção à Pessoa).
Os casos são parecidos. A criança ou adolescente aceita a solicitação de amizade virtual feita pelo criminoso nas redes sociais, as conversas começam, os gostos são parecidos, o envolvimento se inicia. A partir daí, a vítima já está nas mãos de um pedófilo – sem saber – e, em pouco tempo, poderá ser persuadida a enviar fotos sensuais ou marcar um encontro.
A delegada Ana Paula Rodrigues, assistente da 4ª Delegacia do DHPP, já fez o papel de vítima para prender um pedófilo. Depois de uma denúncia feita pelos pais de uma menina de 13 anos, a delegada fingiu ser uma adolescente de 11 anos durante vários dias.
As conversas aconteciam durante seu horário de trabalho pelos computadores da própria delegacia. A confiança do criminoso de 45 anos, foi conquistada aos poucos devido à boa desenvoltura de Ana Paula que, por várias vezes, desmarcava os encontros alegando ter medo que “seus pais” descobrissem tudo.
O convencimento foi tanto que o criminoso passou o número de seu celular. Mas o que ele não imaginava era que a tal menina na verdade era a delegada que o prenderia dias depois, a partir de informações conseguidas pelo número do telefone. “Os crimes de pedofilia vem crescendo a cada dia. Hoje, as crianças passam muito tempo na internet e por isso devem ser monitoradas pelos pais”, afirmou Ana Paula.
Ao contrário do que se imagina, o crime de pedofilia existe mesmo quando não ocorre fisicamente. O aliciamento e assédio praticado contra um jovem, até virtualmente, é considerado crime. Todo caso que a polícia investiga, a vítima é sempre encaminhada ao Hospital Pérola Byington para a realização de exames sexológicos que possam servir como provas no Inquérito Policial.
Os criminosos
Segundo a delegada, quando os abusadores são questionados sobre os motivos de uma atração por crianças e adolescentes, as respostas são vagas e sem sentido. Na maioria das vezes, giram em torno de respostas como “foi uma besteira” ou “sei lá porque fiz isso”.
“A maioria dos pedófilos tem consciência do que faz e não aparenta ter nenhum problema mental”, explica Ana Paula, que se diz indignada por nunca ter recebido uma resposta concreta.
As dificuldades para descobrir a identidade do pedófilo são muitas, pois as informações passadas pelos envolvidos geralmente não são suficientes. A maior parte dos crimes é praticada por homens de 30 a 50 anos.
O criminoso pode estar mais perto do que se imagina. A pedofilia pode acontecer dentro de casa, por isso, a delegada ressalta a importância do diálogo e do controle por parte dos pais. Nestes casos, as vítimas ficam com familiares próximos ou são encaminhados ao Conselho Tutelar.
Vítimas
“As vítimas se sentem constrangidas e culpadas pelo abuso. Uma das ocorrências mais marcantes que registrei sobre pedofilia foi de uma menina de 6 anos que pedia para que as luzes da delegacia fossem apagadas para que ela nos contasse as coisas que aconteceram durante os abusos que sofreu”. A delegada explica que, depois dos depoimentos, são feitos relatórios de atendimentos psicológicos por uma das investigadoras da equipe, que é psicopedagoga.
Dentro da sala da delegacia, existe uma pequena brinquedoteca, o que facilita a naturalidade dos depoimentos das crianças, já que elas se distraem com os objetos e assim acabam falando sem perceber, sem que aquilo seja um incômodo.
“Já me emocionei muito com depoimentos de crianças abusadas”, revela a delegada ao se lembrar do primeiro caso que registrou na carreira e que era sobre pedofilia, no 67º Distrito Policial (Capital). Na ocorrência, três meninas, uma de 4 anos, outra de 6 e outra de 11, eram abusadas pelo avô materno, que embriagava os pais das crianças. Os pais tinham problemas com bebidas e não sabiam dos abusos, por isso, custaram a acreditar quando a delegada os convocou para depor.
Fonte: Secretaria da Segurança Pública.
(Conteúdo do Blog do Toni Silva)

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