terça-feira, 2 de abril de 2013

Produção industrial registra maior recuo mensal desde 2008


Resultado praticamente anula alta registrada no mês anterior. Um dos principais componentes do PIB, setor não reage a estímulos do governo

Funcionário trabalha na Fábrica da Ambev, no Rio de Janeiro
Em 12 meses até fevereiro a indústria produziu 1,9% a menos do que no ano passado (Marco Antônio Teixeira)
A produção industrial brasileira registrou recuo de 2,5% em fevereiro ante janeiro, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do maior recuo mensal desde dezembro de 2008 quando, no auge da crise financeira internacional, a indústria do país recuou 12,2%. O número praticamente anula o avanço de 2,6% registrado em janeiro ante dezembro. Na comparação com fevereiro do ano passado, a queda é ainda maior, de 3,2%.
O resultado mostra que o setor industrial, um dos mais importantes componentes do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, não está reagindo aos estímulos do governo, que fez uma série de desonerações no ano passado e optou, na semana passada, por manter a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos.

No primeiro bimestre do ano, a indústria teve alta de 1,1% em relação a mesmo período de 2012, mas, em 12 meses findos em fevereiro, o indicador aponta queda de 1,9%. Um ponto positivo desta última leitura é que a queda de fevereiro (em 12 meses) foi menos acentuada do que as de janeiro (-2,6%) e dezembro (-2,0%), de acordo com o IBGE.
A oferta em baixa na indústria e na agropecuária, os investimentos no campo negativo e as dificuldades enfrentadas pela indústria fizeram com que o Brasil apresentasse, em 2012, o pior resultado anual do PIB desde 2009, quando o país ainda sofria os impactos imediatos da crise econômica mundial – que foi difundida a partir da crise imobiliária nos Estados Unidos.
Dos 27 ramos de atividade avaliados pelo IBGE, quinze tiveram queda, com destaque para o setor de veículos automotores, que recuou 9,1% em fevereiro, eliminando o avanço de 6,2% verificado em janeiro. Outros pesos negativos relevantes sobre o total da indústria vieram do segmento farmacêutico (-10,8%), refino de petróleo e produção de álcool (-5,8%), bebidas (-5,2%), alimentos (-1,3%), mobiliário (-9,9%), celulose, papel e produtos de papel (-2%) e indústrias extrativas (-1,9%). 

Já na comparação anual (com fevereiro de 2012), a produção caiu em dezoito das 27 atividades pesquisadas, com destaque para a indústria farmacêutica (-14,6%), extrativa (-9,9%), de edição, impressão e reprodução de gravações (-13%) e de metalurgia básica (-8,9%).

Outras contribuições negativas importantes vieram de alimentos (-3,7%), outros produtos químicos (-3,6%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-16,0%), produtos têxteis (-11,1%), celulose, papel e produtos de papel (-4,9%) e equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (-13,9%). Entre as nove atividades que ampliaram a produção, os principais impactos ocorreram em veículos automotores (6,4%), outros equipamentos de transportes (9,6%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (7,8%).
No relatório Focus, economistas estimam que a produção da indústria finalize o ano com alta de 3,12% (melhora em relação a expectativa da semana passada, de 3%). Há quatro semanas, a projeção para a produção da indústria estava em 2,86%.
As informações são da Veja.

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