sexta-feira, 5 de abril de 2013

Índia cede ao Brasil o posto de Capital das agressões sexuais


O Brasil e a geopolítica do turismo perigoso

Foto em jornais estrangeiros que ilustra a tragédia no Rio/ Reuters
Nos últimos dias, na esteira do estupro de uma turista americana no Rio de Janeiro, a Índia, que tem o seu prontuário de horror no setor, cedeu lugar ao Brasil na imprensa global como capital de assaltos sexuais. Esta coluna, portanto, vai tratar um pouco da geopolítica do turismo perigoso e prestar um serviço de utilidade pública aos brasileiros que viajam para o exterior. O trabalho pesado foi feito pelo site da revista The Atlantic e, turisticamente, eu pego carona.
Eis a questão geopolítica: viajar ou não?
The Atlantic também pegou carona, primeiro em um mapa baseado nos alertas do Ministério das Relações Exteriores do Canadá. Turistas devem ser cuidadosos com o Brasil (há lugares muito piores, basta ver o mapa), colocado na categoria que merece “extrema cautela”, a segunda mais suave, enquanto a Índia é considerada mais perigosa, com a listagem das áreas do país que devem ser evitadas. Vermelho é a cor barra pesada no mapa.
O Departamento de Estado dos EUA também elabora o seu mapa com alertas e os suspeitos habituais. Temos os buracos quentes na África do Norte, Oriente Médio, alguns cafundós da Ásia, como (surpresa?), a Coreia do Norte. Aqui, verde (?) é a cor barra pesada. O Departamento de Estado adverte sobre o México, um destino favorito dos turistas americanos, mas poupa o Brasil.
Uma grande preocupação na cobertura da imprensa internacional é se haverá segurança no Rio e em outras cidades brasileiras em eventos globais (religião e esportes), já a partir de 2013, com a Jornada Mundial da Juventude, em julho, e se estendendo até os Jogos Olímpicos de 2016. O site The Atlantic diz que será interessante ver já em breve se o estupro da turista americana no Rio terá impacto no fluxo de turistas estrangeiros no Brasil.
A cobertura do estupro da estudante indiana foi muito mais intensa na imprensa internacional do que este caso agora no Rio da estudante americana. E o impacto no turismo foi pesado no país com a campanha promocional internacional da “incredible India”. Desde dezembro até o final de março, houve declínio de 25% do número de turistas estrangeiros (35% entre mulheres).
Meu faro diz que no Brasil, em parte ,o fluxo de turistas estrangeiros vai depender do tom da cobertura de imprensa, cujo visual ainda é muito bonito, mesmo em histórias terríveis. Na cobertura de sites, jornais, revistas e televisão sempre estão presentes imagens de praias maravilhosas e de garotas de Ipanema ou Copacabana, onde começou a trágica odisseia da turista americana. Até o meu querido Financial Times não resiste. Desbunda para o clichê e ilustra reportagens sobre as reviravoltas da economia brasileira com mulata sambando na avenida.
Todas as informações são da Veja.

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