sábado, 23 de fevereiro de 2013

Grupo faz manifestação contra dengue

Fonte: Jornal Diário de Sorocaba

http://diariodesorocaba.com.br/site2010/materia2.php?id=223890


A Área de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde de Sorocaba investiga suposta segunda morte por dengue hemorrágica
 
 
 

O cover de Raul Seixas chamou atenção de quem passava pelas ruas do centro da cidade (Foto: Fernando Rezende)
 
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Representantes de entidades em defesa dos animais se reuniram na região central de Sorocaba com o objetivo de conscientizar a população sobre a possível epidemia de dengue que a cidade pode enfrentar. A Prefeitura Municipal de Sorocaba, por meio da Secretaria da Saúde (SES), divulgou na segunda-feira (18) um boletim sobre a situação epidemiológica da cidade. No arquivo constam dados como o saldo de 132 casos confirmados, a maioria deles, 102, autóctones, adquiridos na cidade. Também há um mapeamento dos bairros e quantos registros possuem. A região do Parque Esmeralda, Jardim Simus, Wanel Ville e Quintais do Imperador, lidera o ranking com 25 casos confirmados. A Vila Fiori não consta como local de registro. 

Um novo boletim semanal com balanço oficial da doença deve ser divulgado nesta segunda-feira (25). O prefeito Antônio Carlos Pannunzio e o secretário da Saúde, Armando Raggio, anunciaram no último dia 15 que a cidade vive um surto da doença e pode sofrer uma epidemia a partir de 600 casos, o que pode acontecer entre março e abril. 

Um adolescente de 13 anos que morava no Jardim Brasilândia foi a primeira vítima de dengue hemorrágica e morreu no dia 15. Uma suposta segunda morte por dengue hemorrágica está sendo investigada. O vigilante de segurança eletrônica Pedro Expedito Ferreira, 47 anos, que mora em Curitiba (PR) e estava neste mês na casa de uma irmã no bairro Júlio de Mesquita Filho, morreu na sexta-feira. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A manifestação seguiu pelas ruas com uma caixa de som e um cover do cantor Raul Seixas, representado pelo empresário Oires Centurion Flores Junior, que chamava atenção da população. “Sou músico e estou usando o que sei fazer; se viéssemos sérios, ninguém ia prestar atenção. O poder público tenta jogar a responsabilidade na população e é lógico que cada um tem que fazer a sua parte, mas quando pagamos impostos já estamos fazendo isso.” 

Ele também afirma que a saúde do município não está preparada para receber grande número de doentes e citou a segunda morte em consequência de dengue hemorrágica. “O atendimento médico demora horas e a Prefeitura precisa tratar o assunto com mais seriedade, assumir esse compromisso.” A representante da Fundação Alexandra Schlumberger (FAS), Eliana Alegretti, afirma que o trabalho de nebulização nos bairros acaba somente com o mosquito, mas não descarta a possibilidade de proliferação da larva. “O serviço acaba com o predador das larvas, assim os ovos podem estourar após o serviço. Só adianta para matar os mosquitos e os predadores.”

Assim como o empresário Oires, Eliana também criticou a situação atual dos hospitais e contou que já teve dengue em 2001. “A sensação da doença é horrível, Deus nos livre de ter uma epidemia. A dengue não escolhe classe econômica, não importa a condição, atinge a todos.” A caça-talentos Camila Branco Nogueira estava trabalhando pelas ruas da cidade quando deparou com a manifestação. Com alguns colegas, parou para prestar atenção no discurso do grupo e fez fotos da ação. “Achei legal essa atitude, a população tem de acordar e se mobilizar contra a dengue.” 


Córrego pode se tornar foco da doença 

Um córrego entre as ruas Henrique Fiori e Ministro Salgado Filho, na Vila Fiori, preocupa moradores do bairro que temem a proliferação da dengue, devido ao alto número de casos confirmados na cidade. O local fica atrás de diversas residências e contém bastante mato, o que também seria um fator para aparecimento de insetos. O ajudante geral Roberto Corrêa da Silva afirma que pediu à Prefeitura que agentes fossem vistoriar as casas. “Ligo e eles falam que é de responsabilidade da Zoonoses; um fica jogando para o outro. Também faz uns cinco anos que ninguém carpe aqui no córrego.”

Um dos vizinhos de Silva, o gesseiro Carlos Alberto Vieira de Lima, passou mal durante o final de semana e chegou a ser internado no Pronto-Atendimento da Zona Norte, com suspeita de dengue. “Estava com dores no corpo, fraqueza e olho fundo. Passei muito mal no domingo, e na segunda-feira fui ao P.A., mas o exame de dengue deu negativo”, explica. Atrás da casa do gesseiro é possível mensurar os riscos que os moradores correm ao sair no quintal, num barranco alto, e qualquer deslize pode causar ferimentos. Porém algumas pessoas não colaboram e jogam lixo e objetos atrás das casas, piorando ainda mais a situação.  

Lima também afirma que uma ligação feita pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) causa incômodo. “O esgoto de três casas sai por um único cano, bem aqui atrás da minha. Agora no calor, o cheiro chega a ser insuportável.” Por conta do problema, ele reclama do valor cobrado pela autarquia, R$ 299,14 somente de esgoto. “É um absurdo a gente pagar por algo que eles não fazem aqui.” 

O Saae informou que a manutenção dos córregos é feita a cada dois meses pelo Departamento de Drenagem da autarquia e consiste na limpeza e roçagem de margens e leitos. No ato também são recolhidos todo tipo de lixo e objetos jogados pela população, por isso a empresa pede a colaboração de todos para evitar esse costume equivocado. Sobre o local mencionado, o Saae afirma que irá verificar para detectar o possível vazamento de emissários e, caso encontrado, providenciar o reparo. Quanto ao valor questionado pelo morador, informam que a taxa de esgoto corresponde a 92,5% do total da água consumida e inclui serviços de coleta, afastamento e tratamento do esgoto produzido por cada um dos imóveis existentes em Sorocaba.

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