sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Mais munícipes reclamam da falta d"água


 MANUTENÇÃO DE BOMBAS

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul


Saae diz que está investindo na ampliação e modernização da Estação de Tratamento de Água do Cerrado





Ana Paula Yabiku Gonçalves ana.goncalves@jcruzeiro.com.br programa de estágio

A manutenção realizada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (Saae) em uma das seis grandes bombas de recalque da Estação de Tratamento de Água do Cerrado, no último domingo, continua refletindo no sistema de abastecimento de alguns bairros da cidade. O trabalho, segundo a autarquia, foi programado para ser desenvolvido entre as 7h e as 12h, porém o problema encontrado na bomba em questão era mais complexo e a manutenção acabou se prolongando até as 15h50.

Diante deste fato, o sistema se desestabilizou e a autarquia ainda não conseguiu estabilizá-lo totalmente. A situação, esclarece o Saae, estava quase solucionada na última quarta-feira. O forte calor e o consequente crescimento do consumo de ontem, no entanto, voltaram a prejudicar os trabalhos no sistema de telemetria da autarquia, que monitora e opera à distância todos os reservatórios da cidade.

Além do episódio, a ausência de água incomoda os moradores do Jardim Dois Corações diariamente. O volume disponível, segundo o pedreiro Hermido dos Santos Matos, de 29 anos, já começa a diminuir por volta das 18h30, retornando apenas de madrugada. "Todos os dias vou dormir meia-noite e, geralmente, a água ainda não voltou", conta o morador do número 60 da rua Nicolau Montalto. Para lidar com a situação, que se repete há mais de 45 dias, tanto Hermido quanto os vizinhos precisam contar com caixas d"água próprias. "Eu tenho uma caixa de 500 litros em casa para que não falte", continua.

O pedreiro ainda toma o cuidado de desligar o registro do encanamento da rua todos os dias antes de dormir. "Com a pressão do ar, os hidrômetros giram sozinhos e tenho medo de que a conta de água comece a vir muito alta", explica. Até agora, no entanto, os valores pagos por Hermido pela disponibilidade de água estão normais. As reclamações referentes ao caso, orienta o Saae, devem ser protocoladas pelos munícipes na Central de Atendimento da autarquia para evitar uma possível conta com valor maior do que o previsto.

Nos últimos quinze dias, conta o morador do Trujillo, Thiago Alberto Bottura, também houve falta de água no bairro pelo menos uma vez ao dia. O problema, segundo ele, pode ocorrer por diversos fatores normais e aceitáveis: o rompimento de uma adutora ou tubulação, a contaminação da água e o alto consumo, por exemplo. "O que não acho certo é estar pagando mensalmente e em dia por um serviço, mas não dispor dele em minha residência. E todos acham isso normal", reclama.

Quando os consumidores atrasam o pagamento da conta de água por um dia que seja, explica ele, são obrigados a pagar uma multa no mês seguinte. "E quando ficamos sem água em casa? Qual é a penalidade aplicada ao Saae por deixar de prestar este serviço?", questiona Thiago.

Aírton Cardoso Castelani, morador da Vila Gomes, é mais um dos indignados com o Saae. Há duas semanas, de acordo com ele, a água da rua Dr. Cardoso de Almeida - que abastece a sua residência, no número 378 - é cortada sem nenhum aviso prévio. "O corte é feito perto das 17h e só retorna meia-noite", conta. Como um cidadão que paga os impostos e a conta de água corretamente, Aírton gostaria de uma boa explicação do Saae sobre a falta de água que, segundo ele, já está virando rotina. "Tenho criança pequena em casa, retorno do trabalho e preciso ir para a faculdade todos os dias, mas tenho que esperar até meia-noite para poder tomar um banho e descansar tranquilamente para iniciar a rotina no dia seguinte", reclama.


Problema antigo


Para os moradores do Condomínio Ibiti do Paço, na zona industrial da cidade, a convivência com a falta de abastecimento de água já é costumeira. A situação, de acordo com o empresário Milton Ruiz, se repete há anos: a água deixa de estar disponível no horário do almoço e só volta depois das 22h. "O problema no condomínio é antigo, moro lá desde 2002 e sempre sofri com isto", denuncia. Sempre que isto ocorre, Milton tenta entrar em contato com o Saae pela Central de Atendimento, mas nunca chegou a ser atendido. "Parece que é de propósito ou, então, este número não existe mais", reclama o empresário, de 37 anos, que mora com a esposa e um casal de filhos, de 6 e 9 anos de idade.

Por conta disto, é comum os moradores do loteamento não terem água para realizar tarefas cotidianas, como lavar a louça e as roupas ou usar o banheiro. "Chegamos do trabalho no fim da tarde e, quando temos um compromisso à noite, não há condições de tomar um banho sequer". A autarquia, segundo Milton, costuma se justificar dizendo que o problema no Ibiti do Paço é pontual quando, na verdade, falta estrutura e capacidade de abastecimento no local. "O sistema está atrasado em relação ao crescimento da cidade, tem deficiência para abastecê-la inteira. O Saae fica fazendo uma espécie de rodízio: deixa de abastecer uma região para abastecer outra e assim vai", opina.

Quando os moradores reclamam, conta o empresário, a situação é normalizada por alguns meses, mas volta a trazer problemas logo em seguida. "No verão, o Saae justifica a falta de água com o aumento do consumo e, no inverno, com o baixo nível dos reservatórios", revolta-se. Milton voltou a contatar a autarquia ontem, por e-mail, recebendo a resposta de que o problema era consequência da manutenção da bomba de água no Cerrado, que já havia sido avisada pelo Saae. "No resto da cidade, pode até ser. Mas o problema no Ibiti do Paço não é só esse", conclui o morador da rua Antônio José Matos Corrêa, número 251.

A autarquia esclarece que, em caso de abastecimento irregular, o número de chamadas à Central de Atendimento aumenta consideravelmente e as linhas acabam congestionando. "Motivo pelo qual orientamos que os munícipes insistam nas ligações", ressalta, em nota.


Providências


Para que momentos como este sejam evitados e não mais voltem a ocorrer, algumas ações do Saae já estão em andamento. Além das obras de ampliação e modernização da Estação de Tratamento de Água do Cerrado, o sistema de bombeamento do local será substituído. As cinco bombas de recalque hoje existentes passarão a bombear de 400 para 520 litros por segundo cada uma. "Além de novas, elas também serão mais potentes", garante a nota. Uma nova linha de adução a partir da ETA/Cerrado também será implantada para atender a zona norte, região da cidade que apresenta maior crescimento populacional. As três ações citadas deverão estar concluídas até o fim do ano.

Outra intervenção programada para este ano são as obras de ampliação da ETA/Éden, que aguardam liberação da linha de financiamento que foi pleiteada pelo Saae, para que seja dado início ao processo de licitação. (Supervisão: Aldo Fogaça)



Contas lançadas pelo consumo real são retomadas

Depois de três meses repetindo os cálculos que tomaram por base o consumo de outubro do ano passado, a entrega de contas com lançamentos pelo consumo real dos moradores está sendo retomada nesta semana pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (Saae). A postura foi adotada pela autarquia para não prejudicar os munícipes, em virtude do atraso verificado no serviço de leitura dos hidrômetros. O problema foi provocado pela apreensão dos computadores da empresa Allsan e pelo movimento de paralisação dos seus funcionários, em novembro do ano passado.
Caso continuasse a fazer a entrega das contas pelo consumo real, considerando o atraso no serviço, os consumidores iriam receber contas com mais de 40 dias de período de consumo e não com os 30 ou 31 dias, como normalmente acontece. A situação refletiria em contas com valores bem maiores que as médias normais dos imóveis. Nesta retomada da entrega de contas com cálculos efetuados pelo consumo real, o Saae vai considerar o consumo total do período em que não houve leitura, subtraindo o que já foi cobrado também nesse período. O resultado será a conta do mês.
Podemos tomar como referência um imóvel cujo consumo em outubro de 2012 tenha sido de 24 metros cúbicos, para exemplificar. Em novembro, dezembro e janeiro, as contas deste imóvel teriam sido lançadas com pelos mesmos 24 metros cúbicos. Agora, em fevereiro, o hidrômetro apontaria um total de 85 metros cúbicos, correspondente ao período em que não houve leitura. Assim, a conta que este munícipe receberá vai subtrair desse total a soma do consumo dos três meses anteriores, que já foram lançadas e ficaram como crédito. Desta forma, teremos: 85 metros cúbicos menos 24 metros cúbicos vezes três, resultando assim em 13 metros cúbicos (85 24 x 3 = 13), que será o consumo real e a base de cálculo para o lançamento da conta.
Quem tiver dúvidas sobre a situação atual de leitura e a entrega das contas deve contatar a autarquia pelos telefones 0800-770-11-95 (que é gratuito) e 3224-5800; por meio do e-mail fale@saaesorocaba.sp.gov.br; ou pessoalmente, na Central de Atendimento do Jardim Santa Rosália e nos postos do Saae instalados nas Casas do Cidadão, nas avenidas Itavuvu e Ipanema, no Jardim Ipiranga, em Brigadeiro Tobias e no Éden. (A.P.Y.G.)

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