sábado, 23 de fevereiro de 2013

Morre segundo paciente vítima da dengue em Sorocaba


Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul



Vítima estava internada na Santa Casa de Misericórdia




Uma fonte oficial da Santa Casa de Misericórdia confirmou ontem a segunda morte por dengue hemorrágica (o tipo mais grave da doença) em Sorocaba. O óbito foi registrado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. O paciente era o vigilante de segurança eletrônica Pedro Expedito Ferreira, de 47 anos, que mora em Curitiba (PR) e estava este mês na casa de uma irmã no bairro Júlio de Mesquita Filho. A Declaração de Óbito da Ossel registrou a causa da morte como "dengue grave, insuficiência respiratória". A Prefeitura, no entanto, não confirmou a causa da morte como dengue e justificou informando que que todo óbito com suspeita da doença deve ser investigado "criteriosamente".

Em nota, a íntegra da manifestação da Prefeitura, distribuída pela Secretaria de Comunicação (Secom), diz o seguinte: "A Área de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde de Sorocaba (SES) informa que segue o protocolo do Ministério da Saúde, que preconiza que todo óbito com suspeita de dengue deve ser investigado criteriosamente, e todos os exames laboratoriais encaminhados para confirmação no laboratório de referência. Anunciar que o óbito identificado pela reportagem do jornal foi causado pela dengue é precoce e não trará nenhum benefício à população. A Área de Vigilância em Saúde salienta que tem total interesse em divulgar todas as ocorrências, desde que confirmadas."

A fonte oficial da Santa Casa disse enfaticamente que a morte de Pedro foi causada por dengue hemorrágica, chegou a reforçar dizendo que está é a "verdade" e que o paciente apresentou sangramento pelo nariz. Outra informação confirmada pela mesma origem é a de que a Santa Casa suspendeu as cirurgias eletivas para colocar as vagas do pós-operatório à disposição dos atendimentos aos casos de dengue, pois a demanda de pacientes cresceu muito nos últimos dias.

O novo boletim semanal com balanço oficial da doença deverá ser divulgado na próxima segunda-feira pela Prefeitura. No último balanço, o município tinha 132 casos de dengue confirmados. O prefeito Antonio Carlos Pannunzio e o secretário da Saúde, Armando Raggio, anunciaram em entrevista coletiva, no último dia 15, que a cidade vive um surto da doença e pode sofrer uma epidemia a partir de 600 casos, o que pode acontecer entre março e abril. Naquele dia morreu a primeira vítima de dengue hemorrágica, um garoto de 13 anos que morava no Jardim Brasilândia.


Desde as primeiras dores


O cunhado de Pedro, Orlando Gomes, de 49 anos, informou que se reuniu ontem com uma enfermeira-chefe da Santa Casa e ela confirmou o termo citado na Declaração de Óbito: "dengue grave, insuficiência respiratória".

Segundo Orlando, Pedro foi atendido no dia 12 na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da Zona Oeste e no dia 13 foi transferido para a Santa Casa. Ele tinha passado três dias com dores no corpo, febre, dificuldades para se alimentar e beber água. "Quando chegou na UPH, desconfiaram de dengue", descreveu Orlando. Ele disse que Pedro tinha sequelas nas pernas por conta de dois acidentes com moto e acredita que isso tenha dificultado o efeito dos medicamentos de combate à dengue. Acrescentou que, na Santa Casa, a família não viu exames de Pedro, que era solteiro e não tinha filhos.

Orlando disse que falou com o cunhado pela última vez na quarta-feira pela manhã. Ele reclamou de dores. Na visita das 14h, segundo Orlando, o paciente dormia e respirava de forma ofegante. Depois, foi entubado.

Segundo Orlando, uma equipe da Prefeitura esteve na rua onde mora, no bairro Júlio de Mesquita Filho, para fazer a desinfecção das casas e terrenos: "Mandaram cobrir cama, tevê e computador e passaram remédio em tudo."

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