quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Portuários confirmam greve nacional para esta sexta-feira

 
Fonte: Jornal Diário de Sorocaba

http://diariodesorocaba.com.br/site2010/noticia2.php?id=3609
 
 
Os trabalhadores portuários confirmaram nesta quinta-feira (21) em assembleia realizada em Brasília greve amanhã em todos os portos do país na parte da manhã. O movimento foi confirmado mesmo com o governo convocando uma reunião na Casa Civil para discutir com os trabalhadores as reivindicações deles de mudanças da MP dos Portos, que está tramitando no Congresso.

Segundo Eduardo Guterra, presidente da Federação Nacional dos Portuários, caso amanhã o governo flexibilize sua posição e aceite mudanças na MP, os trabalhadores podem decidir não continuar o movimento, cancelando uma segunda greve marcada para terça-feira (26) no período da tarde.

Guterra afirmou que os trabalhadores foram orientados a não paralisar cargas essenciais, como remédios, alimentos perecíveis e carvão.

Segundo ele, a intenção do movimento não é prejudicar a população e nem defender interesses corporativistas. "O movimento sindical é para defender os interesses dos portos públicos, do Brasil e dos trabalhadores. Temos legitimidade para isso. Quando se coloca que uma federação de indústria ou de agricultura defende um outro viés, acho que eles não estão preocupados com o Brasil realmente. Estão preocupados com o seu próprio negócio", afirmou Guterra.

Os trabalhadores querem que o governo obrigue portos privados a contratar mão de obra dos portos públicos, os chamados OGMOs (Órgãos Gestor de Mão de Obra). Eles alegam que os portos privados tiveram privilégios na MP e vão roubar carga dos portos públicos deixando-os sem trabalho.

Mário Teixeira, presidente da Federação Nacional do Trabalhadores Avulsos, afirmou que o governo beneficiou com a MP um processo internacional de verticalização dos armadores, que são os operadores de navios. Para ele, o grupo de sete armadores que domina o mercado mundial de transporte marítimo vai começar a construir portos privados no país e praticar "dumping" (preços abaixo do mercado) para destruir os operadores portuários em portos públicos para depois elevar os preços. Isso seria possível porque o custo de operação nos portos é o menor da cadeia de transporte - a maior parte vai para o trânsito do navio.

"Essa é a grande queixa dos trabalhadores e de quem está operando nos terminais, que investiram e que está escapando seu investimento pelos dedos. Esses terminais (privados) de fora não vão participar de licitação nenhuma. Quem vai levar vantagem são esses 8 operadores internacionais", afirmou Teixeira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário