quarta-feira, 24 de abril de 2013

Paciente registra boletim contra médico após sofrer injúria em consulta

 

Saulo Fernando Monteiro mostra a radiografia que carrega para mostrar aos médicos na busca por um atestado (Foto: Fernando Rezende)
 
 
MALTRATADO EM HOSPITAL
 
Em dezembro de 2002, o motoboy Saulo Fernando Monteiro, na época com 18 anos, sofreu um acidente de motocicleta e precisou ter parte da perna direta amputada. Passou por várias cirurgias conforme o crescimento do seu corpo, até que, em dezembro do ano passado, sofreu novo acidente, no trabalho, e foi encaminhado para um hospital da cidade, onde fez a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no último mês. Segundo Monteiro, o médico ortopedista que o operou cometeu um erro que o está impedindo de usar prótese. 

Diante da necessidade de uma nova cirurgia pelo SUS - pois o plano que ele tem pelo emprego não cobre esse tipo de atendimento - Monteiro precisou ir atrás de novas consultas médicas a fim de conseguir um atestado afirmando o erro do profissional, porém não conseguiu. “Tenho atestado de pessoas que trabalham com próteses, mas preciso mesmo é dos atestados médicos.” Sua última tentativa foi com um médico ortopedista que atua no Hospital Samaritano.

Na última semana, o motoboy esteve no hospital pela consulta agendada com o plano de saúde. Conforme Monteiro, ao entrar na sala do médico foi logo explicando o motivo de sua presença e percebeu que o especialista não concordou com sua iniciativa. “Ele disse que não ia me dar atestado nenhum. Até aí, tudo bem, mas ele foi me mandando sair da sala como se eu fosse um cachorro.”

Indignado com a humilhação, Monteiro disse ao médico que iria procurar a diretoria do hospital para denunciá-lo; nesse instante, começaram as agressões verbais. “Ele me xingou de aleijado e me disse palavrões pesados. Os outros pacientes que estavam esperando a consulta assistiram a tudo, e os funcionários do hospital também”, disse. Conforme o motoboy, o médico chamou os seguranças para que o retirassem do local, mas no mesmo instante Monteiro ligou para a Polícia Militar. “Liguei, pois quem estava errado era o médico. Eu não tinha do que ter medo.”

Aconteceu, no entanto, que, quando as duas viaturas com os policiais militares chegaram ao hospital, o médico já não estava mais lá. “Procuramos na sala dele e nada. Ninguém sabia dele.” O chefe da ortopedia do hospital apresentou-se e passou aos policiais o nome completo e a identificação do médico no Conselho Regional de Medicina (CRM). 

Sentindo-se humilhado, Monteiro decidiu registrar a ocorrência no plantão sul, e contratou um advogado para garantir seus direitos. “Eu quero que o médico seja punido. Ele não pode humilhar alguém assim. Ao invés de conversar, ele preferiu ofender.”

Em nota, a administração do Hospital Samaritano confirmou o recebimento da queixa feita por Monteiro, e garantiu que não houve má-conduta ética ou profissional por parte do médico. 

As informações são do Jornal Diário de Sorocaba.

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