quarta-feira, 20 de março de 2013

Câmara abre CPI sobre obras atrasadas


Pedido foi feito por José Crespo (DEM) na sessão de ontem e teve apoio de mais seis vereadores

Wilson Gonçalves Júnior
wilson.goncalves@jcruzeiro.com.br

A Câmara de Sorocaba abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a responsabilidade dos atrasos e paralisações de obras contratadas pela Prefeitura. A primeira reunião da CPI deve ocorrer nos próximos dias e os membros irão definir o presidente e o relator dos trabalhos, mais as pessoas que serão ouvidas. O pedido de abertura foi feito pelo vereador José Crespo (DEM) e assinado pelos vereadores Carlos Leite (PT), Francisco França (PT), Izídio de Brito (PT), Irineu Toledo (PRB), Jessé Loures (PV) e Marinho Marte (PPS). 

Na abertura do pedido da CPI, Crespo anexou um editorial e uma reportagem publicadas pelo jornal Cruzeiro do Sul. O editorial do dia 28 de fevereiro, "De volta à estaca zero", trata da paralisação dos serviços de pavimentação do trecho final da avenida 3 de Março, via que liga a avenida Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes, próximo ao Paço Municipal, com a região de Aparecidinha, Vila Amato e outros bairros. A reportagem do dia 10 de março, "Escolas recebem alunos sem concluir obras", fala sobre a situação da Escola Municipal Leda Therezinha Borghesi Rodrigues, no bairro Ipanema Ville, que funciona, mas cujas obras não estão terminadas. 

Ontem, durante a sessão, o vereador José Crespo fez o pedido de abertura da CPI baseado em outro caso: da Escola Municipal José Carlos Florenzano, no Jardim Santa Esmeralda, obra também não entregue. Ainda segundo Crespo, a comissão também foi necessária diante de uma resposta encaminhada pelo secretário de Obras e Infraestrutura, José Carlos Comitre, a um ofício feito pelo vereador Jessé Loures. Foram citadas 45 obras, com 27 iniciadas em 2012 (ano eleitoral), 11 no segundo semestre de 2011 e duas nos primeiros meses de 2011. Há ainda três obras não iniciadas e duas em que houve a mudança de empresas responsáveis. "Para que a gente não seja leviano, o procedimento adequado é justamente a abertura de uma CPI para averiguar as causas da paralisação, que são muitas, e verificar caso a caso e como o processo será retomado", adiantou Crespo.

Segundo o vereador, ao analisar as respostas da Prefeitura de Sorocaba para o colega Jessé Loures, ficou comprovado que são mais de 30 obras paradas, iniciadas especialmente durante a campanha eleitoral e que ainda não foram concluídas. "Achava que poderia ser problema de falta de recursos, do começo de um governo. Mas analisada a planilha conseguida pelo vereador Jessé Loures, verifiquei que o problema é grave ao que tudo indica. É que não teria havido empenho da Prefeitura na transição do governo passado para este."

O líder de governo, o vereador Paulo Mendes (PSDB), disse que os governos - o anterior, comandado pelo ex-prefeito Vitor Lippi (PSDB) e o atual, do prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) - são transparentes e não há qualquer receio ou temor pela abertura da CPI. "Pode solicitar documentação que for, esclarecimentos e depoimentos, já que não há problema nenhum e tratam-se de governos transparentes, tanto o anterior como o atual."

Sobre as obras em período eleitoral, o líder observou que as eleições ocorrem de dois em dois anos e as obras existem dentro de um planejamento que se inicia no primeiro ano de governo e se encerra no último, por isso ocorrem em continuidade. "A presidente Dilma terá que parar as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), isso é um absurdo. O Geraldo Alckmin, o governador de São Paulo, deverá paralisar obras de duplicação de estradas, escolas e convênios? Claro que não! Passa de 2013 para 2014 e é da mesma maneira. Há esse enfoque da oposição, de que no ano eleitoral a administração precisa ser engessada e parar com o trabalho", rebateu Paulo Mendes.
As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

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