sexta-feira, 8 de março de 2013

Paciente espera 17 horas para ser medicada em UPH


Segundo o secretário de Saúde, a demora ocorreu devido a espera para entrega do exame, encomendado a um laboratório sobrecarregado com exames para detecção de dengue

José Antônio Rosa
joseantonio.rosa@jcruzeiro.com.br


A cuidadora Laura Helena Ribeiro dos Santos teve de esperar praticamente 17 horas para ser atendida nesta quinta-feira (7) na Unidade Pré-Hospitalar Zona Oeste. Com um quadro de dores renais e pressão arterial alta procurou o serviço e lá chegou a 1h46, como anotado no prontuário que seu marido, Paulo Sergio Oliveira Proença, exibiu à reportagem. Atendida, fez exames clínicos de sangue e de urina. Os resultados deveriam orientar o procedimento que a médica de plantão deveria adotar.

O problema é que, em razão do acúmulo existente no laboratório que presta serviços à Prefeitura por conta dos casos de dengue, ela só pôde ser medicada no final tarde. Até os exames retornarem à unidade passaram-se 14 horas. Nesse período, Laura Helena teve de ficar sentada e só se alimentou de um salgado. Revoltado, o marido Paulo Sergio disse que iria registrar um boletim de ocorrência na polícia por negligência.

"É demais passar por tudo isso. Quanta humilhação. A gente merece respeito. Não dá mais para aguentar tanta coisa errada. Que raio de compromisso com a saúde é esse que faz a gente esperar todo esse tempo para ter direito ao atendimento? Minha mulher podia ter morrido, e ninguém fez nada. Cansei de pedir, reclamar e só ouvi que o jeito era ficar aqui aguardando. Não tiveram ao menos a decência de dar satisfação, de pedir desculpas. Esse é o governo que a gente tem", desabafou. O caso da cuidadora foi um entre muitos que movimentaram a UPH na quinta-feira. Reclamações sobre a demora, sobre a falta de médicos foram feitas por pessoas que falaram com a reportagem. Até um incidente com uma paciente que ficou alterada precisou da intervenção da Guarda Municipal. Os ânimos foram logo controlados.

Denilson Bittencourt, outro doente, esperava para passar pelo médico desde as 13h30. "Estou cansado, passando mal e não há meio de ser atendido. Demorei duas horas para para passar pelo tal pré-atendimento. Eles tiram a pressão, medem a glicemia e mandam voltar aqui. Até agora, nada". O secretário da Saúde, Armando Raggio disse que quatro médicos, além de pediatras, estavam na UPH Zona Oeste na tarde desta quinta-feira. O atendimento leva em conta a classificação de risco em relação aos problemas de saúde dos pacientes. Perto das 18h, ele disse que a maior espera naquele momento era uma ficha com horário das 15h15. A demora ocorre porque do laboratório Siaclin na retaguarda do atendimento, o material colhido para exames é levado à UPH Zona Norte e, entre ida e retorno, isso acaba em demora.
As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

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