segunda-feira, 4 de março de 2013

Sorocaba e região recebem mais de 40% dos investimentos feitos no Estado em 2012


Principais projetos anunciados no período somam R$ 2,1 bi. Mais de 11 mil empregos foram criados
Amilton Lourençoamilton.lourenco@jcruzeiro.com.br

Enquanto Sorocaba e região receberam R$ 542 milhões de investimentos de empresas apoiadas pelo Investe São Paulo, em 2011, no ano passado o aporte financeiro para implantação de novos empreendimentos chegou a R$ 2,1 bilhões, o que representa um aumento de 290% no período. Esses investimentos, que totalizam 42% dos R$ 5,05 bilhões aplicados no Estado de São Paulo no ano passado, foram responsáveis pela criação de 11,7 mil postos de trabalho. 

"Sorocaba recebeu, nos últimos anos, investimentos de grande porte que acabam trazendo outras empresas fornecedoras e clientes para seu entorno. A própria criação do Parque Tecnológico de Sorocaba é um indicativo do crescimento exponencial que vem passando a região", explica o presidente da Investe São Paulo, Luciano Almeida. 

Os números mostram um salto com relação ao ano anterior, quando foram registrados investimentos no valor de R$ 542 milhões e a geração de 420 empregos. O aumento significativo ocorreu, principalmente, por conta dos recursos aplicados por empresas como a Foxconn, fabricante de eletrônicos que está aplicando R$ 1 bilhão no município de Itu, e da Toyota, que aplicou R$ 1 bilhão em sua futura fábrica de motores em Porto Feliz. Em 2012, também foram anunciados os investimentos da Embraer em Sorocaba, da Lenovo, em Itu, e da Dori, em Mairinque. Elas estão investindo R$ 49 milhões, R$ 59 milhões e R$ 14 milhões, respectivamente. 

Não é passageiro
O bom momento vivido por Sorocaba e alguns municípios da região não ocorre por acaso. Na opinião de especialistas, como o diretor de operações técnicas do Parque Tecnológico de Sorocaba, Mário Tanigawa, e do secretário de Desenvolvimento Econômico, o professor de economia Geraldo Almeida, a prosperidade econômica deve permanecer por mais tempo."Não tenho "bola de cristal". Mas independente dos fatores externos, que são obstáculos para o desenvolvimento, a expectativa para Sorocaba e região é muito boa. A localização estratégica é muito boa, temos uma excelente malha viária, estamos próximos de grandes aeroportos, do porto de Santos e podemos oferecer ótima infraestrutura para os novos investidores. Tudo isso contribui para que Sorocaba e região sigam como novo vetor de desenvolvimento do Estado", resume Almeida. 

O secretário também chama atenção para o interesse de pequenos investidores de se instalarem em Sorocaba. "A vinda de grandes indústrias movimentou toda a cadeia produtiva, beneficiando todos os setores. É importante que os municípios vizinhos participem desse processo de desenvolvimento", complementa. 
Já o diretor do Parque Tecnológico, Mário Tanigawa, que recentemente deixou a secretaria de Desenvolvimento, afirma que a expansão econômica da região já era prevista. "Atualmente, a rodovia Castelo Branco representa para o Estado o mesmo que a Dutra representava na década de 70. É o novo corredor de desenvolvimento de São Paulo. Por isso, creio que os novos investidores vão continuar dando preferência para Sorocaba e região", comenta Tanigawa, que aproveitou para dar uma boa notícia: "Vamos receber uma agência que apoia investidores japoneses que têm interesse em investir no Brasil. É a Agência de Cooperação Internacional do Japão, que está no Brasil para avaliar regiões que podem receber investimentos. No Estado de São Paulo, nossa região foi escolhida para ser visitada pela missão composta por 15 empreendedores japoneses", relata. 

Investimentos no Estado
No Estado de São Paulo, o número de investimentos realizados em 2012 cresceu 75% com relação ao mesmo período de 2011. Foram 21 empreendimentos que totalizam R$ 5,05 bilhões e 19,8 mil novos postos de trabalho um total de 210% acima dos empregos gerados no ano anterior, que registraram 6,4 mil. Em 2011, foram 12 projetos anunciados, totalizando investimentos de R$ 6,6 bilhões. 
Com esses dados, a Investe São Paulo soma, desde sua criação em 2008, 41 investimentos anunciados, que geram cerca de 40,2 mil empregos diretos e investimentos de R$ 15,8 bilhões. 

Setores
A maior parte dos anúncios realizados em 2012 foi no setor de Máquinas e Equipamentos. Juntas, Cummins, Caterpillar (duas), InoxCVA e Randon anunciaram cinco projetos - 24% dos 21 totais. 
O setor automotivo também teve bastante destaque em 2012, com 19% dos investimentos: Haldex, Toyota, Comil e Metalcrafters. Esta última, fornecedora de motores, está construindo sua fábrica em Lorena justamente para fornecer peças para a montadora de ônibus Comil. 

Já na comparação do volume de investimentos gerados dentro de cada setor, o automotivo é responsável pelo maior aporte de recursos. Foram cerca de R$ 1,12 bilhões investidos em 2012, totalizando 22% do total. 
O segundo setor que mais gerou investimentos no Estado foi o de Tecnologia da Informação e Comunicação: um total de R$ 1,1 bilhão de reais. O valor foi anunciado em dois projetos da mesma empresa, a taiwanesa Foxconn: a expansão da fábrica em Jundiaí e a construção de um Parque Tecnológico em Itu. O alto valor aplicado nesses dois projetos fez com que Taiwan seja origem de 21,77% do montante anunciado em 2012, tornando o país o maior investidor de São Paulo nesse ano. 

Empregos
A Foxconn também foi a empresa anunciada que mais gerou empregos em 2012: um total de 13 mil, ou 65% do total (unidades de Itu e Jundiaí). Portanto, a maior parte dos empregos gerados pelos anúncios desse ano também é de origem taiwanesa. 
Os 13 mil empregos gerados pela Foxconn também impactaram na porcentagem de empregos gerados pelo setor de TIC, que corresponde a 65% do total. Em 2011, o setor que mais criou vagas foi o de Linha Branca, por conta da fábrica de geladeiras e máquinas de lavar da Samsung que gerou 2.300 empregos - cerca 36% do total. Em 2012, não houve investimentos anunciados nesse seguimento. 

Carteira
A Investe São Paulo possui neste momento 52 projetos em andamento que ainda não foram anunciados pelas empresas. Eles contabilizam um investimento potencial de R$ 12,6 bilhões e a geração de 18,7 mil empregos diretos. O setor mais representativo desse total é o químico, petroquímico e farmacêutico, seguido pelo de insumos básicos. Além disso, a maior parte dos projetos em carteira hoje é brasileira, seguido pelas norte-americanas, das japonesas e das alemãs, respectivamente. 
As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

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